Texto elaborado por Savana Noro Brandani e Guilherme Grigolo Kielb (UDESC Oeste)
Revisado por Daniel Iunes Raimann (UDESC/Apontador de Estrelas)
O mês de fevereiro de 2021 inicia com novas oportunidades de observação do céu! Poderemos observar conjunções, ocultações, passagens brilhantes da ISS e a região das constelações de Órion, Touro e Cão Maior, com objetos muito interessantes de se ver a olho nu. Desejamos boa sorte e céus limpos a todos e todas!
As fases principais da Lua ocorrerão nas seguintes datas e horários:
Calendário lunar de fevereiro:
A luz cinérea da Lua (luz refletida pela parte escura da Lua proveniente da parte iluminada do planeta Terra) será visível ao amanhecer entre os dias 7 e 9. Ao anoitecer, entre os dias 14 e 17. As melhores condições de observação da Lua ocorrem nos períodos entre 1 e 9 e entre 15 e 25 de fevereiro. Nesse período as condições de iluminação do nosso satélite favorecem o contraste e sombras para a visualização de detalhes de crateras e montanhas. A partir de um simples binóculo é possível observar muitas características do solo lunar, detalhes de crateras e planícies tornam-se evidentes.
Ocultação: fenômeno em que ocorre o desaparecimento de um astro pela interposição de outro de diâmetro aparente superior, durante o seu movimento relativo. As ocultações dos astros dependem diretamente das coordenadas específicas do observador. Mesmo no caso das ocultações lunares é comum determinada região ser contemplada pela ocultação de um objeto, enquanto demais regiões em latitudes ao norte ou ao sul visualizem apenas uma conjunção entre a Lua e o mesmíssimo astro. Chama-se imersão ao instante do desaparecimento, e emersão ao reaparecimento do astro interceptado.
Conjunção: aproximação aparente entre dois ou mais astros. Tal fenômeno depende da localização do observador na Terra.
Ocultação de psi Ophiuchi pela Lua: essa estrela de magnitude 4,5 será ocultada pela Lua na madrugada de 6 de fevereiro. A imersão ocorrerá aproximadamente às 1h50min e a emersão por volta das 2h50min. A imersão ocorrerá no lado iluminado pela Lua, o que pode dificultar a visualização. Já a emersão acontecerá no lado escuro, sendo interessante observar o reaparecimento da estrela. O uso de um binóculo ou telescópio permite uma melhor observação do fenômeno.
Conjunções matutinas em fevereiro: durante a segunda quinzena do mês teremos a oportunidade de observar o encontro dos planetas Júpiter, Mercúrio e Saturno durante o amanhecer. Teremos mais duas conjunções com difícil visualização esse mês. Uma delas é entre a Lua e Saturno no amanhecer do dia 10 e entre Vênus e Júpiter no dia seguinte, 11 de fevereiro. A dificuldade envolvendo essas duas conjunções se deve à pequena elongação dos astros envolvidos em relação ao Sol, obrigando o observador a ter um horizonte leste totalmente livre de obstáculos, sem nuvens e acompanhar durante breves momentos antes de o Sol nascer. Nesse caso, um simples binóculo é de grande ajuda.
Mercúrio será visível brevemente no horizonte leste, ao amanhecer, durante a segunda quinzena do mês, com magnitude +0,6. No dia 11, poderá ser observado próximo à Lua.
Vênus será visível brevemente no horizonte leste, ao amanhecer, durante a primeira quinzena, com magnitude – 3,9. No dia 10, poderá ser observado próximo à Lua.
Marte estará visível a partir do anoitecer, a 40° do horizonte oeste, com magnitude +0,7. No dia 18, Marte encontra-se próximo à Lua.
Júpiter será visível brevemente no horizonte leste, ao amanhecer, durante a segunda quinzena, com magnitude – 2,0 do mês. No dia 10, poderá ser observado próximo à Lua.
Saturno será visível brevemente no horizonte leste, ao amanhecer, durante a segunda quinzena, com magnitude +0,7. No dia 10, poderá ser observado próximo à Lua.
Urano poderá ser observado com o uso de binóculo ou luneta ao anoitecer, com magnitude +5,7. No dia 17, poderá ser observado próximo à Lua.
Netuno terá sua visibilidade prejudicada neste mês, devido à proximidade de sua conjunção com o Sol, que ocorrerá no dia 10 de março.
Região de Órion, Touro e Cão Maior
Gostaríamos de destacar neste mês a observação da constelação de Órion, também conhecida como constelação do Caçador. Constelação característica do céu do verão, no hemisfério sul, chama a atenção por possuir várias estrelas brilhantes e por abrigar o asterismo (conjunto conhecido de estrelas que formam figuras conhecidas, mas que não são por si só constelações) conhecido como “Três Marias”. As “Três Marias” formam o cinturão do Caçador. Nesta mesma região está a Nebulosa de Órion (uma nuvem de gás e poeira onde se formam muitas estrelas), e as brilhantes estrelas Rigel (sétima estrela mais brilhante do céu) e Betelgeuse (gigante vermelha de brilho variável, que está no final de sua vida).
Ao anoitecer, esta região está no alto do céu. A partir da constelação de Órion podemos encontrar ainda Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno (na constelação do Cão Maior) e os aglomerados abertos de estrelas Plêiades e Hyades (na constelação do Touro). Estes objetos podem ser vistos a olho nu, dependendo da condição do céu. Quanto menos poluição luminosa, mais facilmente podemos reconhecer estes objetos.
Fonte: Stellarium, 2021.
Detalhe da região de Órion, Touro e Cão Maior
Observando o céu a olho nu
Para facilitar a localização dos astros dispostos no céu, podemos utilizar a mão para orientar a angulação e encontrar os corpos celestes. Esticando o braço, podemos encontrar a angulação desejada como na imagem a seguir:
A Estação Espacial Internacional, conhecida como ISS (International Space Station), é a maior estrutura já montada no espaço pelo homem. A ISS possui 109 metros de largura, 73 metros de comprimento, 20 metros de altura e uma massa de 450 mil quilos. A plataforma está orbitando a uma altura aproximada de 400 km da superfície terrestre, com uma velocidade de aproximadamente 28.000 km/h, o que lhe confere um período de translação ao redor da Terra de 90 minutos (1,5 hora). Produto do esforço de 15 países, a ISS é um moderno laboratório para observação da Terra e realização de experimentos em ambiente de baixa gravidade e que pode ser observada a olho nu.
Referências
AMORIM, Alexandre. Anuário Astronômico Catarinense 2021. 1.ed. Florianópolis: Edição do autor, 2020. 192p.
Observe! Boletim informativo do NEOA – JBS, ano XI – número 2 – Fevereiro de 2021. Disponível em: https://www.geocities.ws/costeira1/neoa/observe.pdf. Acesso em: 27/01/2021.
Vercalendario.info: Mês Do Calendário Lunar Fevereiro 2021 (Brasil). Disponível em: https://www.vercalendario.info/pt/lua/brasil-mes-fevereiro-2021.html. Acesso em: 27/01/2021.
PEAT, C. ISS - Estação Espacial Internacional - Passagens visíveis. Disponível em: https://www.heavens-above.com/PassSummary.aspx?satid=25544&lat=-27.0922&lng=-52.6167&loc=Distrito+Sede+de+Chapec%c3%b3&alt=0&tz=EBST. Acesso em 29/01/2021.
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